sábado, 26 de dezembro de 2009

Sem muita coisa pra dizer

Sob um calor de 30 e muitos graus, estou no litoral de SP para descansar depois de jantar no Natal com minha segunda família... hoje a temperatura subiu gostoto, arrisco dizer que beirou os 36ºC.

Tive um Natal calmo, cercado de gente do bem, com bastante paz... acho que é isso que importa. Fiz umas comidinhas que agradaram a todos, inventei uma sobremesa que também agradou (esta, a quase todos) e ficamos na boa.

Espero que o Ano Novo venha neste clima também... quero paz, amor, tranquilidade e serenidade.

Que Deus proteja a cada um de nós.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O altar particular dela

Sem palavras... sentir a dor e o desespero latentes em cada segundo desta letra é uma viagem deliciosamente envolvente... Boa essa Gadu, viu.

Altar Particular

Meu bem, que hoje me pede pra apagar a luz
E pôs meu frágil coração na cruz
Do teu penoso altar particular
Sei lá, a tua ausência me causou o caos
No breu de hoje, sinto que o tempo da cura tornou a tristeza normal
Então, tu tome tento com meu coração
Não deixe ele vir na solidãoEncabulado por voltar a sós
Depois, que o que é confuso te deixar sorrir
Tu me devolva o que tirou daqui
Que o meu peito se abre e desata os nós
Se enfim, você um dia resolver mudar
Tirar meu pobre coração do altar
Me devolver como se deve ser
Ou então, dizer que dele resolveu cuidar
Tirar da cruz e o canonizar
Digo, faço melhor do que lhe parecer
Teu cais deve ficar em algum lugar assim
Tão longe quanto eu possa ver de mim
Onde ancoraste teu veleiro em flor
Sem mais, a vida vai passando no vazio
Estou com tudo a flutuar no rio
Esperando a resposta ao que chamo de amor
Estou com tudo a flutuar no rio
Esperando a resposta ao que chamo de amor
Estou com tudo a flutuar no rio
Esperando a resposta

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Eita! Mais uma pra aprender

"O segredo consiste em preparar os dias futuros com antecipação, semeando hoje o que queremos colher amanhã."
C.B.Gonzalez Pecotche

Eita vida que é boa!

Gente como é bom viver! Fiquei mega feliz com o post dos queridos seguidores do meu pouco fequente blog! É tão bom encontrar pessoas que compartilham opiniões, sintonizam a mesma música e se permitem levar pela leveza das manhãs!

Hoje fiquei arrasado quando a bateria do meu iPod acabou no meio da tarde e não tinha como carregar! Tive que escutar as músicas que carrego no lap, e não tinha Gadu, não tinha Piaf nem Beyoncé... mas tinha Juanes, e confesso que estou absorvido pelo CD novo deste colombiano que tem uma voz abençoada e o talento de cantar o amor... quem conhece pouco ao menos já ouviu "Para tu amor", que foi tema de alguma novela por aí... mas sugiro que ousem buscar canções do novo CD, como "Odio por amor" e "La vida es un ratico". Esta última fala muito do que venho escrevendo e aprendendo...

Ai que alegria poder ir para a cama com essa vibração tão positiva! Obrigado Marinalva, obrigado Dada, que eu não sei de onde vem, mas que é muito bem-vindo.

Mari, acho que nunca te contei isso, mas quando eu era pequeno e passava férias na casa da minha avó em Bauru, prometi que um dia escreveria um livro sobre a rua da casa dela, onde acontecia de tudo. Apesar da pouca idade, eu era bem antenado e entendia os movimentos da vizinhança, além de escutar as histórias e criar a realidade no meu mundo imaginário. Ela tinha uma vizinha (Marinalva) que traía o marido. A rua inteira sabia, menos o pobre coitado do homem, Dirceu, se não me engano. Quando soube desta história, pensei logo no título: A Casa do Pecado... risos... inocência esperta de criança levada... quem sabe um dia esse livro sai?

Um grande abraço aos dois! Que tenham manhãs lindas e sorridentes!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Acordando com Maria Gadu

Eita menininha boa essa... apareceu na novela com uma música jamais antes ouvida, falando de uma coisa que nunca ninguém havia escutado: Shimbalaiê.
Maria Gadu: quem é ela, de onde vem, o que gosta... nada sei. Mas sua voz encanta e envolve e motiva. Fui apresentado à uma regravação de Chico feita por ela: A história de LilyBraun, que curiosamente é o tema de abertura da minissérie da Globo 'Cinquentinha'. Pena, porque de tanto repetir, vai banalizar. Ninguém ouve Shimbalaiê com a mesma emoção, ouve? Deixa pra lá. É só deixar a TV no mute durante a abertura do programa ou da novela, assim não enjoa. E o que ela fez com a canção "Baba Baby" da Kelly Key? Sensacional!

Fato é que fui atrás das músicas de Gadu, e gostei muito do que encontrei. Surpresa do dia? A versão de Ne me quitte pas, de Jacques Brel. Ideal para me abraçar nessa manhã pantanosa depois de um dia de chuvas intensas e sono curto.

Programei acordar, tomar meu café, banho, aprontar e sair rapidinho para o escritório... mas não poderia fazer isso sem levar Gadu comio... e ela foi mais um pretexto para fazer tudo devagar, sair sem pressa... mas inevitavelmente puxar minha orelha por não ter saído no horário comprometido ao trabalho. Amanhã talvez. Claro, feliz.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Domingo de paz

Outro final de semana passou, nova semana começou... o fim do ano se aproxima, e é inevitável a ansiedade por saber como será o amanhã... engraçado, a gente escuta tanto que o que deve ser feito é viver o hoje, como se fosse o último dia de nossas vidas.
O domingo que passou foi um dia comum, normal. Acordei tranquilo, sem despertador ou compromisso urgente para preocupar em me atrasar... enrolei um pouco na cama, levei uma lambida gostosa e um pedido de carinho dum pedacinho de estopa que late e tem a carinha mais safada do mundo dos cães!
O tempo estava um pouco nublado, levantei, tomei um café da manhã sem muitos luxos... saí para um compromisso e depois fui almoçar na casa de uma família emprestada, já que a minha não mora tão perto daqui e sou muito bem quisto por lá. Comida gostosa, simples, caseira. Sobremesa feita com carinho pela dona da casa, para receber as visitas num dia especial. Um cochilo no sofá, uma sapeada pelos canais, um passeio no shopping depois de tudo.
A noite já baixava, retorno pra casa, umas risadas boas com a TV, uma cumbuca de sopa (preparada por mim na noite anterior), um abraço apertado, uma delaração de carinho, uma expressão de saudade.
Já tinha falado com meus pais e irmã no decorrer do dia, recebi um convite de aniversário de uma amiga pra lá de especial.
Depois de tanta coisa boa, entendi a mensagem do que se diz por aí. Eu vivi esse domingo com a intensidade que a calma que o convidava permitiu, com a sensibilidade que aquele ambiente proporcionou. Vivi o domingo sendo quem eu sou, um cara simples, verdadeiro, que ama aquele que os cercam e querem por perto. Hora de dormir. O sono não veio fácil (aquele cochilo depois do almoço...), mas a noite foi uma delícia. Dormi tão bem, acordei descansado e até perdi a hora!
Que domingos como este sejam uma constante, e ainda melhores e mais cheios de sensações de vida o quanto puderem ser.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Pensando na vida e aprendendo a viver

Vida. Parece simples, óbvio, corriqueiro... mas tenho aprendido a cada dia que é uma escola, onde se tem aulas de muitas matérias, e provas sem tempo programado, que podem acontecer a qualquer momento. Algumas dessas provas são simples, você obtém um determinado desempenho e está preparado pra outra. Outras são muito sérias, e podem ter conseqüências sérias.
Fato é que a vida também é um bem que cada ser vivo recebe quando é concebido. O animal irracional tem suas etapas, o racional também tem as suas, além da principal: ser humano. E isso é bastante sério.
Ser humano é conviver, é conceder, é compartilhar, é dar, é receber. Ser humano é ser compreensivo sem ser complacente, é ser forte sem humilhar os outros, é ser inteiro, para completar quem se sente pela metade.
Independente de crença, religião, credo, seita... cada ser tem sua identidade, sua luz, sua função. Os porquês não são simples e claros, mas tudo tem razão de ser. E é esta lição que a cada minuto temos que aprender. O mendigo sentado no canto da rua, o presidente da empresa que desliga 80 funcionários, a mulher que esquece o bebê dentro do carro... são situações diversas - e adversar - que compõem os segundos desta constante escola que se chama vida.
Frente a tanta seriedade, entendo que devemos cumprir um papel comum, que não depende de sexo, orientação sexual, cor da pele, tipo de cabelo: ser, e ser do bem. Pensar no bem, espalhar o bem, fazer o bem, lutar por ele.
Não se revolte ao não conseguir o que julga ser necessário em determinado momento. Ao mesmo tempo, não desista; saiba entender os sinais que cercam nossas horas, e aguarde pacientemente, até que consiga claramente e calmamente encontrar outras possibilidades e compensações.
Para mim, a vida tem ensinado muitas coisas, e há mais ou menos seis meses tenho aprendido a viver cada segundo de uma forma diferente. O aprendizado não é fácil, afinal, não estamos lidando com qualquer pedacinho de papel, que pode ser reposto caso seja picotado no tamanho errado. Estamos falando daqulio que me faz estar aqui escrevendo, pensando, refletindo, sentindo. A vida.
Que eu tenha muitas horas, repletas de segundos para viver e continuar aprendendo, e também ensinando, e também vivendo.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Que vergonha

Para quem havia prometido ser mais fiel ao blog... me saí um perfeito looser. Perdão... a rotina de trabalho não tem sido fácil, mas vou mudar isso.
Escrever me faz muito bem, e é isso que vou voltar a fazer para relaxar.

Desta vez é compromisso: eu voltarei.

Abreijos

domingo, 25 de janeiro de 2009

Manhã de mais um domingo

Domingo de meio sol, quase fim do mês, primeiro decanato de um outro signo no zodíaco. Um antibiótico, um antinflmatório, algumas gotas de homeopatia, remédio contra hipertensão, Gingko Biloba por ser uma alternativa natural. Aqui estou eu, um homem com 27 anos recém completados, sentado à frente do computador de mesa que terminou de pagar o ano passado, sentado à uma cadeira de madeira crua e assento de almofada branca, em suas cuecas GAP adquiridas na última viagem aos Estados Unidos e vestindo uma camiseta bege, que comprou por um engano achando que seria bom ter uma peça de cor neutra no guarda-roupas.
Estou sozinho em casa, e isso me permite sentir inteiro, eu, meu. A sensação de vazio é inevitável, mas logo a percepção de estar inteiro, supre qualquer outra necessidade.
Acima do monitor de LCD, minha prateleira de DVDs, onde estão misturados filmes, séries, shows, documentários; e a barreira que eles formam serve de porta correspondências. À frente de alguns deles e pra ser mais preciso, entre o show do Rod Stewart e Um Lugar Chamado Notting Hill está o maço de Marlboro Lights que denuncia minha mais recente tentativa de largar o vício. Fiz questão de escrever na caixa: "Last One, Jan 23 2009".
Chega de fumar, chega de tentar parar. Dessa vez quero que funcione. Estou lutando contra uma gripe que me derrubou, uma crise de bronquite inesperada e um congestionamento de alma que precisa respirar.
Desde que ressucitei meu Blog venho querendo postar coisas todo o tempo, mas isso seria inviável, pois infelizmente nem o mais experiente taquígrafo consegue acompanhar a velocidade dos pensamentos. Por isso estou tentando organizar minha idéias, anotar quando sinto que vou perdê-las, e quem sabe conseguir traduzir aqui um pouco do tudo que passa por essa cabeça já coberta alguns fios grisalhos, que insistem em se destacar dos pretos por alguma razão.
No DVD player comprado recentemente, toca um cd dado por alguém que passou pela minha vida, uma paixão relâmpago, daquelas que nem dá tempo pra entender, e tudo é confuso, e mágico, e estranho, e que não continua, se separa, e ficam perguntas, procuram-se respostas e ninguém sabe como findar. As músicas escolhidas são compostas da mais profunda melancolia, misturada ao desespero e quem sabe ao verdadeiro sentimento de "por favor, me escuta, eu gosto de você". Não deu, foi mais forte do que eu, não era o momento, não era a estação mais favorável, não foram usadas as palavras corretas, o tempo das ações, a duração de cada encontro, o verdadeiro discurso do que vem de dentro.
Ainda recebo visitas freqüentes deste alguém, que me vem por e-mail, torpedo, presente de aniversário deixado na recepção às 2h da manhã, ou um cd que eu mesmo decido permitir que visite-me a mim. Que fique a lembrança da tentativa - não se pode culpar por tentar - e o presente das belas músicas que dentre as melancólicas são realmente lindas. Não que a melancolia não possa ter beleza, mas ela sofre porque quer, e sabe que não deve ser tanto.
Ser assim me lembra meus 15 ou 16 anos, época em que eu acreditava que encontraria alguém que fizesse meu coração parar por alguns segundos, alguém a quem eu daria flores todos os dias, e sentiria o cheiro e viveria de beijos, sorrisos, alegrias, sóis e luas e muito mais. Se de coração quebrado, meu ombro amigo era Jon Bon Jovi , que me cantava These Days e me fazia chorar, como se o mundo tivesse perto do fim e me tivessem tirado tudo aquilo que me era vital. Que engraçado isso. O tempo passa, mudam-se os referenciais. A gente aprende a ser mais duro, mais resistente. As dores da alma precisam ser maiores para ferir. Pelo menos é assim que me sinto, ou prefiro acreditar que sou, pra não sofrer por razões tolas e simples.
Alguns minutos de hesitação. Como continuar esse texto, sem deixá-lo extenso de mais, ou cansativo demais ou piegas demais?
Bom, seria engraçado se eu tivesse uma câmera que me acompanhasse o dia todo, e que captasse meus momentos de dentro pra fora e de fora pra dentro. Seria engraçado mostrar coisas banais do dia-a-dia, e que são as coisas que me fazem quem eu sou, e que são o 'preparo' da receita que chega a cada um que topa comigo por aí. Por exemplo, o pote do antibiótico é "anti-kids" pois tem um mecanismo que dificulta a abertura da tampa. Você tem que pressionar e girar para conseguir abrir, porém não é tão simples assim! Confesso que hoje tentei rodar pelo menos cinco vezes em vão, e só consegui abrir na sexta vez. Separei o comprimido a ser tomado, e olhei pra dentro do frasco, e percebi que toda vez que o abro, penso: "e se esse saquinho que mantém a temperatuda dos comprimidos cair na minha mão, e se alguém engole isso sem prestar atenção?"
Esse é o tipo de pergunta que deve ser feita apenas uma vez, porque a resposta é obvia, mas eu insisto por pensar nisso toda vez que abro o frasco. E também não consigo evitar de pensar que dentro do frasco não tem os 14 comprimidos que diz a caixa, e que serei surpreendido quando estiver chegando perto do sétimo dia de tratamento e ver que os comprimidos acabaram! Mas sei que o contrário é que vai acontecer, e vou previsivelmente pensar em silêncio: "e não é que foi a conta certinha?". Não me perguntem porque até agora não olhei cautelosamente para dentro do frasco e contei quantos comprimidos ainda têm lá. Não quero. É uma mistura de efeito surpresa com curiosidade e desafio, por mais que eu queira ter certeza de que ali sim existem os comprimidos para o tempo total de tratamento, quero me supreender com o fato de que realmente existem os 14 comprimidos que diz a caixa.
Estranho, mas isso é meu. E gosto de ser assim. Gosto de organizar meus frascos de comprimido por tamanho, e não pela ordem que tenho que tomá-los. Gosto de fechar todas as janelas que abrem automaticamente ao ligar o computador, e abrí-las de novo de acordo com a minha necessidade. Gosto de abraçar a almofada do sofá enquanto assisto TV, e só eu não me irrito com o fato de que o DVD fica de costas pra TV e preciso fazer um malabarismo simples para que o infravermelho chegue ao leitor.
Hoje é um dia pra ser meu. Tenho um relatório enorme para revisar, uma análise de projeto que deveria ter sido entregue na sexta-feira, coisas de casa e algumas outras simples atividades a fazer. Vou ouvir música o dia todo, e atender ao telefone se ele tocar. Quem sabe ao final de tudo, terei mais coisas para pensar e organizar para passar por aqui e tentar sintetizar?
Luz, câmera, ação! Meu dia já está no ar.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Céu coberto de neve

Existe algo em mim que não é bem fácil de se definir ou colocar em palavras
Não é algo que me mata, mas me sufoca, e às vezes me impede de sorrir
Às vezes ando pelas ruas, eu com meus pensamentos egoístas
Egoístas não por serem meus, mas por serem por si só egoístas

Me faltam mãos para alcançar o atingível
Me falta o verbo para dizer a quem quero
Me falta espaço, para ser tudo o que sou
Me falta a cura, para livrar do mal o amor

Eu queria mesmo era poder ser mais
E não só mais para mim
Mais para os outros, pelos outros
Pensando bem, mais pra mim um pouco

Eu queria abraçar minha mãe e arrancar de seu coração
Toda e qualquer tristeza que ali possa estar
Deixar as feridas da vida, que são importantes
E a lembrança de quem viveu pra lutar

Mas eu curaria com amor
E assim faria com meu pai
Daria a força que os anos arrancaram dele
E recuperaria o sorriso que me encantava quando nem andar podia

Ai como eu queria ver no rosto da minha irmã
A imagem do anjo de candura que me criou em seus braços
Eu daria a ela o perfume das folhas de outono
A textura da neve, o conforto do calor do sol e a mais bela flor da primavera

E assim seria mais feliz. Mesmo com o céu coberto de neve.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Promessas de um ano novo

Ok, ok... eu prometo que vou emagrecer. Até já fui conhecer a academia que vou me matricular segunda-feira.

Poema do Menino Jesus (parcial), por Alberto Caeiro, het. Fernando Pessoa

Um dos textos mais lindos que já li. Maria Bethânia musicou e gravou pela primeira vez em 1973, e recentemente o trouxe de volta em seu show Maricotinha, em que o recita antecedento a canção Doce Mistério da Vida.

"Num meio-dia de fim de primavera eu tive um sonho como uma fotografia: eu vi Jesus Cristo descer à Terra. Ele veio pela encosta de um monte, mas era outra vez menino, a correr e a rolar-se pela erva. A arrancar flores para deitar fora, e a rir de modo a ouvir-se de longe.
Ele tinha fugido do céu. Era nosso demais pra fingir-se de Segunda pessoa da Trindade...
...Um dia que Deus estava dormindo e o Espírito Santo andava a voar, Ele foi até a caixa dos milagres eroubou três. Com o primeiro Ele fez com que ninguém soubesse que Ele tinha fugido; com o segundo Ele se criou eternamente humano e menino; e com o terceiro Ele criou um Cristo eternamente na cruz e deixou-o pregado na cruz que há no céu e serve de modelo às outras.
Depois Ele fugiu para o Sol e desceu pelo primeiro raio que apanhou. Hoje Ele vive na minha aldeia, comigo. É uma criança bonita, de riso natural. Limpa o nariz com o braço direito, chapinha nas poças d'água, colhe as flores, gosta delas, e esquece. Atira pedras aos burros, colhe as frutas nos pomares, e foge a chorar e a gritar dos cães. Só porque sabe que elas não gostam, e que toda gente acha graça, Ele corre atrás das raparigas que levam as bilhas na cabeça e levanta-lhes a saia...
...A mim, Ele me ensinou tudo. Ele me ensinou a olhar para as coisas. Ele me aponta todas as cores que há nas flores e me mostra como as pedras são engraçadas quando a gente as tem na mão e olha devagar para elas. Damo-nos tão bem um com o outro na companhia de tudo que nunca pensamos um no outro. Vivemos juntos os dois com um acordo íntimo, como a mão direita e a esquerda.
Ao anoitecer nós brincamos as cinco pedrinhas no degrau da porta de casa. Graves, como convém a um Deus e a um poeta. Como se cada pedra fosse todo o Universo e fosse por isso um perigo muito grande deixá-la cair no chão.
Depois eu lhe conto histórias das coisas só dos homens. E Ele sorri, porque tudo é incrível. Ele ri dos reis e dos que não são reis. E tem pena de ouvir falar das guerras e dos comércios. Depois Ele adormece e eu o levo no colo para dentro da minha casa, deito-o na minha cama, despindo-o lentamente, como seguindo um ritual todo humano e todo materno até Ele estar nu.
Ele dorme dentro da minha alma. Às vezes Ele acorda de noite, brinca com meus sonhos. Vira uns de perna pro ar, põe uns por cima dos outros, e bate palmas, sozinho, sorrindo para os meus sonhos. Quando eu morrer, Filhinho, seja eu a criança, o mais pequeno, pega-me Tu ao colo, leva-me para dentro a Tua casa. Deita-me na tua cama. Despe o meu ser, cansado e humano. Conta-me histórias caso eu acorde para eu tornar a adormecer, e dá-me sonhos Teus para eu brincar."


Veja o vídeo: http://br.youtube.com/watch?v=HakV--x6LXM

O dia do meu aniversário

Bom, posso dizer que tive um dia de aniversário completamente diferente de todos os que já se passaram até aqui. Ontem fui a uma danceteria comemorar com alguns amigos, que me parabenizaram depois da meia noite - esqueçamos o fato que cheguei depois de alguns convidados, e não estava presente no momento em que a banda cantou os "parabéns" - e dançaram comigo até as 4 horas da madrugada.
Alguns drinks depois e uma corrida de taxi pagável até minha casa, caí nos encantos da minha cama e me entreguei ao confortável sono até as 10h30, quando recebi a primeira ligação do dia.
Impossível ter me irritado, eram minha irmã, avó e mãe, me desejando tudo de melhor. Comecei bem o dia. Levantei, tomei um banho gostoso e fui à padaria para o habitual cafezinho e pão na chapa. Também pedi frutas com aveia, uma bela opção saudável e refrescante. Recebi os cumprimentos de alguns amigos que lá trabalham, voltei para casa, chequei e-mails, recebi ligações.
A atividade intelectual mais intensa até então estava para começar: 3ª temporada da minha série favorita. Assisti aos 6 episódios, rindo sozinho, olhando para os lados (mesmo sabendo que não tinha ninguém em casa) para ver se alguém notava a pequena lágrima que teimava em sair do olho.
Almocei - sorte ter sobrado comida do almoço de ontem! - e fui tirar um cochilo. Confesso que meus pés ainda apresentavam sinais de cansaço, e a música da danceteria ainda seguia um ritmo constante na minha cabeça. Acordei alguns telefonemas depois. Fiquei muito feliz com as mensagens de carinho, com as ligações de pessoas queridas que o tempo levou pra longe. Passei o dia quieto, reflexivo, calmo, esperançoso. Nada de farra, nada de balada! Fiquei sozinho em casa, primos viajando, amigos tão cansados quanto eu. Hoje passar o dia assim foi escolha minha.
E já que são quase 11 da noite e o sono jajá volta a bater, posso garantir que tive um dia excelente, porque passei o dia com a pessoa a quem mais amo nesse mundo: Eu mesmo.

Enfim, Blog

11 de janeiro de 2009. Passaram-se 365 dias do último aniversário, então hoje acontece o inevitável: caminho um número a mais na escala da vida.
Meu aniversário, capricorniano forte, que não tem medo do trabalho e luta por seus objetivos. Um deles, é ser fiel ao meu recém inaugurado Blog! Geladeira do Pinguim será meu espaço para discursar sobre a vida, o cotidiano, o ser humano, o desumano, o amor, a paixão, o sofrimento, a dor. Quero compartilhar aqui nesse espaço, um pouco de mim e do que sinto e penso sobre todas as coisas.
Realmente vou me empenhar para manter tudo por aqui sempre organizado e atualizado!

Enfim, Blog!