Existe algo em mim que não é bem fácil de se definir ou colocar em palavras
Não é algo que me mata, mas me sufoca, e às vezes me impede de sorrir
Às vezes ando pelas ruas, eu com meus pensamentos egoístas
Egoístas não por serem meus, mas por serem por si só egoístas
Me faltam mãos para alcançar o atingível
Me falta o verbo para dizer a quem quero
Me falta espaço, para ser tudo o que sou
Me falta a cura, para livrar do mal o amor
Eu queria mesmo era poder ser mais
E não só mais para mim
Mais para os outros, pelos outros
Pensando bem, mais pra mim um pouco
Eu queria abraçar minha mãe e arrancar de seu coração
Toda e qualquer tristeza que ali possa estar
Deixar as feridas da vida, que são importantes
E a lembrança de quem viveu pra lutar
Mas eu curaria com amor
E assim faria com meu pai
Daria a força que os anos arrancaram dele
E recuperaria o sorriso que me encantava quando nem andar podia
Ai como eu queria ver no rosto da minha irmã
A imagem do anjo de candura que me criou em seus braços
Eu daria a ela o perfume das folhas de outono
A textura da neve, o conforto do calor do sol e a mais bela flor da primavera
E assim seria mais feliz. Mesmo com o céu coberto de neve.
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